O Cockpit (estúdio)
Sophie Marsden (diretor)
75 (comprimento)
05 de junho de 2024 (lançado)
06 de junho de 2024
À primeira vista, Bette e Trudy parecem levar vidas muito diferentes. Bette, interpretada por Faith McCune, é uma estrela solteira do popular programa de culinária “Cooking with Betty!” No entanto, apesar de seu sucesso público, ela é rigidamente controlada por um diretor sexista que constantemente a enfraquece. Por outro lado, Trudy, interpretada por Lena Liedl, é uma dona de casa presa em um casamento abusivo. Ela se apoia no álcool como uma muleta para lidar com sua realidade opressiva. À medida que seus caminhos se cruzam, fica evidente que ambas as mulheres estão navegando em suas próprias formas de opressão masculina.
Bette, de McCune, é pé no chão e politicamente consciente, personificando uma mulher que ousa ter esperança em um futuro melhor, apesar das restrições sociais impostas a ela. A performance de McCune é pungente e cheia de profundidade, mostrando uma mulher que está lutando por mais do que apenas liberdade pessoal.
A representação de Trudy por Liedl é igualmente poderosa. Ela comanda o palco com sua representação da natureza brincalhona, mas obstinada, de Trudy. Liedl transmite com maestria a luta de Trudy com a dependência do álcool por meio de movimentos vacilantes e fala arrastada, fazendo-a parecer infantil, incapaz de realmente se agarrar à sua vida adulta. A química entre McCune e Liedl traz autenticidade à sua história de amor, tornando seu vínculo terno e crível.
No entanto, embora as performances sejam memoráveis, a produção deixa a desejar em fornecer um contexto mais amplo da era. Além de exibir vestidos dos anos 1960, diretores sexistas e maridos abusivos, a peça não captura totalmente a realidade da vida das mulheres sem igualdade política e social. A narrativa poderia se beneficiar de uma exploração mais rica dos desafios sociais que as mulheres enfrentaram naquela época.
Além disso, a história de amor entre Bette e Trudy não tem o contexto de como um relacionamento queer teria sido recebido na Suíça de 1968. Isso pareceu uma oportunidade perdida de se aprofundar nos preconceitos e desafios do período, o que poderia ter adicionado outra camada de complexidade à história.
“The Good Women” tem sucesso em sua representação de lutas pessoais e relacionamentos, graças às brilhantes performances de McCune e Liedl. O comprometimento de seus personagens com o amor, apesar de sua opressão, é convincente e sincero. No entanto, a peça se beneficiaria de uma exploração mais completa das questões sociais da época para realizar totalmente seu potencial. Apesar dessas limitações, “The Good Women” é um tributo comovente à resiliência e coragem de mulheres que lutam por igualdade e liberdade.