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Beija-me, Kate – Barbican Theatre – Notícias de teatro

Beija-me, Kate – Barbican Theatre – Notícias de teatro

Teatro Barbican (estúdio)

18 de junho de 2024 (lançado)

20 de junho de 2024




O diretor americano, Bartlett Sher, sabe o que está fazendo com musicais de grande escala, da era de ouro, sucessos recentes, incluindo My Fair Lady, The King and I e South Pacific. Com base nessas produções espetaculares, sua confiança aparece nesta nova produção de “Kiss me, Kate”, que estreia esta semana no vasto palco do Barbican, estrelando Adrian Dunabar (Line of Duty) e a estrela da Broadway Stephanie J. Block.

O Musical dentro de um musical de Cole Porter conta a história de uma trupe de teatro de Baltimore encenando um musical de A Megera Domada de Shakespeare. Assim como o herói de Shakespeare tenta domar sua Megera selvagem, o ator/produtor do show dentro do show, interpretado por Dunbar, tenta domar sua ex-esposa e protagonista (Block). Se isso parece um enredo complicado de se conseguir com o público contemporâneo, você está certo. Mas a produção de Sherr é tão sofisticada quanto boba e nossos protagonistas são mais do que páreos um para o outro. Com alguns ajustes no livro original de Bella e Sam Spewack que o tornam ainda mais engraçado, um discurso direto para o público e uma performance poderosa da protagonista Stephanie J Block, não há a sensação de que estamos conspirando com uma história sobre opressão feminina.

Kiss me Kate é estruturalmente mais complexo do que muitos musicais de sua época e poderia ficar sobrecarregado com tédio metateatral/pseudo-shakespeariano se não fosse concebido com tanta precisão. O vasto cenário rotativo de Michael Yeargan faz grande parte do trabalho, com a peça interna ocorrendo em quartos do cenário que são desenhados em linha e giram com facilidade para revelar a alvenaria da vida nos bastidores. Os suntuosos figurinos de Catherine Zuber dançam contra os desenhos antes de serem despidos para a suada vida nos bastidores.

E não vamos esquecer que quase todo número é um show-stopper. No Ato 1, Block está divinamente romântica cantando 'So in Love' e então escandalosamente livre com 'I Hate men'. Seu alcance vocal e controle são extraordinários. Mas o maior momento teatral é guardado para a abertura do segundo tempo com 'Too darn hot', um número de companhia escaldante que deixou o público enlouquecido – demorou alguns minutos para o show começar.

Peter Davison faz um General Harrison Howell maravilhosamente pomposo, mas a irresistivelmente atrevida Lois Lane de Georgina Onuorah nos lembra que o mundo do teatro não é um mundo de homens – praticamente todo mundo está se comportando mal, independentemente do gênero. Sua interpretação de “Always true to you in my fashion” leva o número bem conhecido a outro nível. Mas nenhuma análise está completa sem mencionar Nigel Lindsay e Hammed Animashaun, gangsters armados (com um amor secreto pelo teatro) formam uma dupla cômica gloriosa, cantando relutantemente “Brush Up your Shakespeare” no estilo vaudeville para aplausos arrebatadores.

Não posso recomendar ir ao Barbican rápido o suficiente para assistir a uma produção de “Kiss me, Kate”, que é sexy, sofisticada e deliciosamente perversa.

Crédito da foto: Johan Persson

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